Setor Aquícola
O setor aquícola, com seu grande potencial de crescimento, já tem importante papel no fornecimento de proteína animal para população mundial.
Em 2016, a produção mundial de pescados alcançou a marca de 171 milhões de toneladas (FAO/Sofia 2018).
Mais de 3,1 bilhões de pessoas tiveram aproximadamente 20% de sua ingestão per capta de proteína animal vinda do pescado.
Crescimento da média mundial de consumo per capta
Crescimento da média mundial de consumo per capta
Em 2050, a população mundial deve chegar a 9,7 bilhões de habitantes. Com isso, a tendência é de o aumento de consumo dos pescados permanecer e a projeção da produção atingir 230 milhões de toneladas. A maior participação do mercado terá que vir da aquicultura uma vez que a produção da pesca extrativa apresenta-se estabilizada em torno de 91 milhões de toneladas devido à sobrepesca dos estoques pesqueiros. A produção aquícola mundial em 2017 foi de 80 milhões de toneladas, 46,5% do pescado produzido no mundo. A estimativa é que a aquicultura ultrapasse a pesca extrativa em 2021 e chegue a 52% do total de pescado produzido em 2025.
Outras fontes de proteína animal, como a carne bovina, suína e de frango, serão incapazes de suprir a crescente demanda oriunda do aumento populacional e de seu poder de compra. Fatores como meio ambiente, escassez de recursos naturais e espaço físico limitarão o crescimento de algumas destas atividades zootécnicas. Mais um motivo pelo qual a atividade aquícola desponta neste cenário como um grande potencial ao fornecimento de proteína animal na alimentação, uma vez que o oceano não tem capacidade de repor a matéria-prima necessária na mesma velocidade da demanda.
Crescimento da média mundial de consumo per capta
Outra característica importante da piscicultura é o fato de o peixe não ter gasto de energia para a manutenção do calor e da sustentação corporal. Dessa forma, com menor quantidade de alimento e menor geração de resíduos, ele chega a maior peso corporal quando comparado com outras atividades zootécnicas.

Entre as fontes de proteína animal, a produção de peixe é a mais sustentável

1,6kg de ração
para 1kg de tilápia
Frango
1,9kg de ração
para 1kg de frango
3,9kg de ração
para 1kg de carne de porco
8,0kg de ração
para 1kg de bife
Crescimento da média mundial de consumo per capta
O relatório The State of World Fisheries and Aquaculture 2018 indica um crescimento do consumo per capta em todos os continentes, mas com crescimento bastante acelerado
na Ásia, Oceania e América Latina e Caribe, com destaque para o Brasil, Peru, Chile, China e México.
Crescimento da média mundial de consumo per capta
Crescimento da média mundial de consumo per capta
O Brasil, em 2016, apareceu entre os vinte maiores produtores em aquicultura no mundo (FAO, 2018). Em 2018, a aquicultura brasileira produziu 722 mil toneladas de pescados (Peixe BR, 2019). O destaque aquícola vai para tilápia, representando aproximadamente 55,4% da produção nacional, colocando o Brasil em 4ª posição mundial, com 400 mil toneladas.
Crescimento da média mundial de consumo per capta
O levantamento da Peixe BR (2018) aponta também que o consumo médio de peixe pelo brasileiro de 9,5 kg/ano está abaixo da média mundial de 20kg/ano (FAO, 2018) e do recomendado pela OMS, que é mais de 12kg/ano.
Crescimento da média mundial de consumo per capta
Fontes:
The State of World Fisheries and Aquaculture 2018
Anuário Peixe BR da Piscicultura 2018
IOPscience (http://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/aaa273)
A boa notícia é que o Brasil tem enorme potencial de crescimento aquícola para atender à crescente demanda dessa proteína animal saudável tanto no mercado interno quanto no mundo, devido à concentração de 13% da água doce do mundo, 8,5 mil km de linha de costa, clima favorável e oferta de grãos.